Os impactos das atividades econômicas sobre a sociedade e o planeta estão cada vez mais no radar das empresas e instituições públicas, contexto que vem se consolidando no mercado financeiro, integrando inclusive planos governamentais para a próxima década na Europa e Estados Unidos.
Com a pandemia e seus inéditos desafios, esse cenário impulsionou um movimento chamado ESG ou ASG, de Ambiental, Social e Governança, pelo qual as organizações públicas ou privadas, por meio de práticas de gestão e governança, buscam mensurar e gerir seus efeitos positivos e negativos sobre as pessoas, a sociedade e o meio ambiente.
Cada vez mais o mercado, consumidores, investidores e a regulação estatal exigirão das empresas práticas avançadas em ESG, de modo que a geração de valores, para além do desempenho financeiro, definirá a realidade de inúmeros setores da economia, indústria e serviços, sobretudo no Brasil.
A pluralidade cultural, étnica e social, somada à imensurável biodiversidade, fazem do Brasil um dos mais potenciais espaços do mundo para avanços no universo ESG, pauta que, apesar de dinâmica pelo mundo, ainda cresce paulatinamente nas empresas e nas instituições públicas nacionais.
Em Santa Catarina, a inovação e tecnologia mostram-se peças fundamentais nesse horizonte de oportunidades para o desenvolvimento de soluções em ESG, a fim de incrementar a gestão e a governança das organizações nas dimensões Ambiental (a exemplo da bioeconomia, ecoturismo, eficiência energética, mercado de carbono), Social (políticas de diversidade, equidade, engajamento, consumidores) e de Governança (transparência, combate à corrupção e à fraude, conformidade legal e fiscal).
Todo esse conjunto de medidas pressupõe uma atuação dinâmica, plural e multidisciplinar de administradores e gestores a experts técnicos, alçando também especial papel aos advogados e profissionais da área jurídica, uma vez que a análise da conformidade legal e regulatória sustenta as bases das práticas ESG efetivas, especialmente para afastar a maquiagem de ações incipientes, conhecida como greenwashing.
Por todas as leituras possíveis, a onda ESG de gestão e governança traz consigo perspectivas positivas e promissoras em tempos de crise, delimitando a realidade das empresas, do mercado e das instituições públicas para os próximos anos.
O artigo é de autoria de Rodrigo Horn e Bruno Peixoto, Gerente de Integridade e Compliance na CGE/SC.